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O Caracol - XVIII | VERÃO 2025

O Caracol - XVIII | VERÃO 2025

A época estival está a terminar mas não sem antes vos darmos a conhecer o que andámos a fazer. Acompanhem o que se está a passar em Portugal e no mundo, não esquecendo os artigos de membros ou o esperado momento poético.

Participem também do Caracol, enviando para comunicacao@decrescimento.pt informações relevantes que desejem compartilhar com a comunidade; eventos promovidos, incluindo o seu conteúdo; iniciativas futuras a divulgar, petições, apelos, artigos e sugestões.

ÍNDICE

0 - Momento poético…

1 - Ações da Rede e dos seus Membros

2 - Agenda da Rede

3 - Eventos externos em destaque

4 - Dar a Palavra

5 - Novidades do Site

6 - Publicações de interesse para a comunidade decrescentista

0 - “Uma Pequenina Luz”

Uma pequenina luz bruxuleante

não na distância brilhando no extremo da estrada

aqui no meio de nós e a multidão em volta

une toute petite lumièrejust a little light

una picolla… em todas as línguas do mundo

uma pequena luz bruxuleante

brilhando incerta mas brilhando

aqui no meio de nós

entre o bafo quente da multidão

a ventania dos cerros e a brisa dos mares

e o sopro azedo dos que a não vêem

só a adivinham e raivosamente assopram.

Uma pequena luz

que vacila exacta

que bruxuleia firme

que não ilumina apenas brilha.

Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.

Muda como a exactidão como a firmeza

como a justiça.

Brilhando indeflectível.

Silenciosa não crepita

não consome não custa dinheiro.

Não é ela que custa dinheiro.

Não aquece também os que de frio se juntam.

Não ilumina também os rostos que se curvam.

Apenas brilha bruxuleia ondeia

indefectível próxima dourada.

Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.

Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.

Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.

Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.

Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:brilha.

Uma pequenina luz bruxuleante e muda

como a exactidão como a firmeza

como a justiça.

Apenas como elas.

Mas brilha.

Não na distância. Aqui

no meio de nós.

Brilha

Jorge de Sena

1- Acções da Rede e dos seus membros

1.1 Rede

6º Encontro do Núcleo Local de Lisboa, no ISEG, em 23 Junho de 2025

Alguns membros aproveitaram o bom tempo para reunir numa esplanada do Instituto e debater, entre outros assuntos, os eventos passados onde nem todos estiveram presentes, bem como a calendarização dos próximos. No final, uma breve ronda pelos presentes de forma a perceber o que cada um sente, anseia e deseja. A escolha do local não foi aleatória, uma vez que em seguida, no anfiteatro 24 do ISEG, iria ter lugar a Conferência de Timothée Parrique (abordada mais à frente).

Conversa com Timothée Parrique, no El Corte Inglês, em 24 de Junho de 2025

Neste encontro estiveram presentes: Álvaro Fonseca, Ana Sardoeira, João Wemans, Nicholas McNair, Pascale Millecamps (para além de Carlos Vaz Marques, editor da Zigurate, como observador). Começámos por nos apresentarmos individualmente e apresentar a Rede; o TP disse que estava activo em redes de investigadores em volta do Decrescimento (DC); afirmou que o DC como movimento social tem problemas de comunicação (conceito demasiado abrangente) e que está ‘mal embalado’ (‘badly packaged’); em particular em França, acha que o movimento não funciona; teceu críticas ao jornal La Décroissance (Vicent Cheynet) por ser desnecessariamente controverso e desastrado (‘clumsy’); considera que o DC está demasiado intelectualizado e devia simplificar as suas mensagens a conceitos que sejam acessíveis a um público mais alargado – focando-se p.ex. na convivialidade (no sentido mais habitual e não no sentido illichiano) e na suficiência; afirmou ainda que acha que o DC é demasiado crítico de outros movimentos - p.ex. Doughnut Economics ou Well-Being Economy, que considera que têm mensagens mais claras e apelativas.

A impressão geral de Álvaro Fonseca é a de que o TP é um excelente comunicador que se foca nos aspectos socioeconómicos e políticos do DC, nomeadamente a irracionalidade do modelo económico dominante (capitalismo, economia mercantilista e viciada no crescimento, crescimento verde, etc.) e a racionalidade e o bom senso do decrescimento, definido como redução planificada da produção e do consumo (metabolismo económico), que seja democrática e socialmente justa, de forma a não exceder os limites planetários. Pareceu-lhe dotado de uma mente analítica e perspicácia fora do vulgar, mas a sua empatia emocional pareceu muito limitada. Particularmente notória foi a total ausência de uma palavra de apreço pela nossa tentativa de comunicar com ele e por nos darmos a conhecer.

Ao encontro informal sucedeu-se o lançamento do livro “Abrandar ou Morrer” com a presença de Susana Peralta e Ricardo Paes Mamede, no Âmbito Cultural do El Corte Inglés. Após breve apresentação inicial pelo editor, Carlos Vaz Marques, seguiram-se intervenções dos dois convidados que interpelaram TP com diversas questões abordadas pelo autor.

Como informação adicional, deixamos links para as entrevistas a TP em jornais portugueses:

https://observador.pt/especiais/timothee-parrique-se-falamos-de-decrescimento-e-porque-nao-conseguimos-crescimento-verde-e-precisamos-de-um-plano-b/ 

https://www.publico.pt/2025/07/06/economia/entrevista/daqui-decadas-vamos-esquecer-obsessao-crescimento-2138205

7º Encontro do Núcleo Local de Lisboa, em Belém, em 19 Julho de 2025

Quem estava pela capital, compareceu a este encontro informal que incluiu uma visita guiada à exposição Antropoceno no MACAM, na Rua da Junqueira, e almoço num restaurante da zona. 

8º Encontro do Núcleo Local de Lisboa - Atelier Carlos Botelho, na Parede, em 13 Setembro de 2025

No passado sábado, 13 de Setembro, vários membros e amigos do Núcleo acorreram ao belíssimo espaço do Atelier Carlos Botelho na Parede, entre as 14h30 e as 20h, para usufruir de um programa de actividades recheado de conversas, partilhas, aprendizagens e convívio. O evento foi co-organizado pelo Núcleo de Lisboa (NL) da Rede, a Casa/Laboratório de Criação (CASA) e a Associação Cultura no Muro (ACM), tendo tido o apoio do Festival CineEco de Seia – Extensão do Festival através da ACM.

Após a reunião interna do NL no jardim, aberta a quem quis conhecer e participar, a qual contou com cerca de 15 pessoas, mudámo-nos para o interior da casa para a conversa que tinha como ponto de partida a pergunta “Decrescer: escolha ou inevitabilidade?”. A conversa iniciou-se com curtas intervenções da Diana (pela CASA), da Amandine (pela ACM) e do Álvaro (pelo NL), que lançaram pistas para o debate aberto a um público de ± 25 pessoas. Entre as questões abordadas podemos destacar: o carácter sistémico dos desafios sociais e ambientais, a importância (e os desafios) de fazer chegar os questionamentos e propostas decrescentistas a públicos diversificados, a necessidade de implementar novas métricas de prosperidade económica e de qualidade de vida, a pertinência de entrelaçar as iniciativas individuais com as colectivas nas propostas de transformação social, a importância de apostar na diversidade de perspectivas e abordagens quando se pensam propostas políticas, a importância de equacionar esperança e desesperança perante os grandes desafios do presente. O rumo em direção a uma sociedade pós-crescimento parece ser inevitável, mas gerou-se algum consenso de que seria melhor se conseguíssemos escolher os caminhos mais justos e sensatos a tomar.

Num espírito de convívio, todos puderam partilhar das iguarias trazidas para o lanche, enquanto se procedia ao rearranjo da sala para o visionamento das curtas-metragens selecionadas a partir do conjunto de documentários da edição de 2024 do Festival CineEco de Seia.

A Extensão CineEco, apresentada pela Amandine da ACM, incluiu: The closing of a refinery, de Vasco Monteiro (16m); Ervilha, de Teresa Mendonça (12m); e The true price of your couch, de Machteld Rijnten (2,34m). Seguiu-se nova conversa animada entre os ‘resistentes’ que ainda se encontravam na sala. Embora se tenha constatado o carácter pouco animador das realidades transmitidas nas três curtas, os presentes fizeram questão de terminar a sessão com algumas perspectivas de caminhos de resposta e de resistência aos desafios que enfrentamos colectivamente.

Deixamos aqui a breve reflexão partilhada pela Diana e pela Filipa da CASA: “Receber o Núcleo de Lisboa da Rede para o Decrescimento na CASA é um gesto profundamente coerente com a nossa missão: promover o desenvolvimento cultural e cívico através das artes performativas, artes & ofícios e pensamento crítico. Num tempo em que os limites do planeta são cada vez mais evidentes, o diálogo com o decrescimento, entendido como redução consciente da produção e do consumo em prol de uma sociedade mais justa e sustentável, é não apenas pertinente, mas urgente. Ao lançar em 2025/2026 o desafio Inventar Realidade, a CASA afirma-se como espaço de travessia entre sonho e prática, imaginação e ação. Aqui, o gesto artístico, a recuperação de ofícios e a reflexão coletiva convergem para criar alternativas ao imediatismo do consumo, devolvendo significado, consciência ecológica e novas formas de convivência. A reflexão partilhada, como a vivida com a Rede e a Cultura no Muro, abre clareiras de pensamento, questiona certezas, inspira novas soluções e evidencia a necessidade de uma visão sistémica. Ao acolher estas parcerias, sublinhamos a urgência de inventar realidade em conjunto. A CASA quer ser lugar de confluência, onde se amplia a ação coletiva e se constroem caminhos comuns com consciência, propósito e criatividade.”

Fica, igualmente, a reflexão pública da Amandine, em nome da Cultura no Muro: "Obrigada a todes os que participaram e à Rede de Decrescimento (núcleo de Lisboa) pelo convite à participação da Cultura no Muro no Evento e debate "Decrescer: Escolha ou Inevitabilidade?" no sábado passado! Tão importante foi para nós trazer outras dimensões ao debate decrescentista (degrowth) e que moldou durante todos estes anos o activismo da nossa associação: trazer a interseccionalidade e a (pouca) inclusão das comunidades de margem e de quem paga sempre mais pelo paradigma vigente do crescimento desenfreado, do capitalismo de massas e da "prosperidade mas só-para-alguns"; trazermos assim a dura realidade da dificuldade de muitos colectivos "lutarem" pela causa ecologista e localista quando estão a ser pressionados a sair dos seus espaços.... quando têm cada vez menos lugar de intervenção; sim, o problema do movimento ambientalista ser só para quem pode (escolher fazê-lo), um privilégio (por bem) em ter recursos para participar no activismo eco-social e ambiental, embora o colapso, esse, seja sempre inevitável para todes! Tão importante trazermos também a dimensão da gentrificação e do crescimento imposto do capitalismo imobiliário bem como o da privatização da cultura e na morte lenta da cultura crítica independente, fenómenos que empurram cada vez mais as organizações de base e associações de cultura interventiva para fora das nossas cidades... para fora do debate público... para fora da sua capacidade de intervenção crítica e construtiva.. para fora da partilha de informação! Os colectivos estão a ficar cada vez mais sem voz e teto, e decrescimento cultural esse sim transforma-se no inevitável por mais que não seja a nossa escolha! Com um modelo nómada e reinventado da programação da Cultura no Muro, e como parceira oficial do CineEco de Seia, foi também o dia onde iniciámos a Extensão CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental na Parede/Cascais com 3 curtas. Obrigada a @Casa lab por nos receber mais uma vez, e em conjunto com a Rede Decrescimento, criarmos um dia de intervenção e debate crítico sobre temas que ainda não encontramos soluções, mas tentámos!"

Sessões de Acolhimento

O Círculo de Acolhimento renova neste Outono o convite geral à aproximação a esta nossa/vossa Rede. Em 2025, estamos a realizar sessões de acolhimento (SA) a cada última 5ª feira do mês, sempre online e a partir das 21h00 em: https://meet.jit.si/CircAcolhimentoRedeDecrescimento

Assim, se sabe da existência da Rede para o Decrescimento mas ainda não nos contactou; se já o fez mas precisa de mais informações; se já está no caminho do decrescimento e quer participar (ainda) mais ativamente; ou por qualquer outro motivo... Apareça.

Dar a conhecer melhor a Rede e ajudar cada pessoa a encontrar o seu papel ativo nela (se esse desejo existir), são os dois grandes objectivos destas sessões. A participação é aberta e livre mas, preferencialmente, envie a sua inscrição para geral@decrescimento.pt. Coloque na sua agenda e venha conhecer outras pessoas com esta nossa energia decrescentista. As próximas SA são a 25 de Setembro, 30 de Outubro e 27 de Novembro. Participe.

1.2 Membros

Conferência “Slow Down or Perish: The Economics of Degrowth”, no ISEG, em 23 de Junho de 2025

O autor do livro Abrandar ou morrer, Timothée Parrique, foi convidado a discursar sobre esta temática, a qual está na base da primeira parte da sua tese de doutoramento (Critique; sendo Alternative e Transition as segunda e terceira respectivamente). Após uma explanação esclarecedora do autor, feita sobretudo em torno de três conceitos (objection to growth, degrowth e post-growth), foi aberto o debate a quatro, com a participação dos convidados Susana Peralta da NOVA-SBE, Irina Castro do CES da Universidade de Coimbra e Alexandre Abreu do ISEG.

No final, houve tempo para responder a algumas questões da plateia, na qual se encontravam bastantes membros da RD.

Encontro das Beiras pela Justiça Climática, na CooLabora (Covilhã), em 12 de Julho de 2025 

O Encontro das Beiras pela Justiça Climática reuniu vários colectivos da região da serra da Estrela, que se juntaram para conversar sobre o seu chão comum de lutas e para preparar um plano de acção. A iniciativa decorreu dia 12 de Julho, na sede da CooLabora, organizada pela Ação Floresta Viva, CooLabora, MiningWatch Portugal/Observatório dos Recursos Naturais, Rede Para o Decrescimento e Veredas da Estrela e fez parte dos encontros descentralizados, que estão a ter lugar no país, na sequência do Encontro Nacional pela Justiça Climática, realizado em Lisboa em Fevereiro deste ano. No centro das conversas estiveram a vontade em criar laços de maior proximidade e colaboração entre organizações da Serra da Estrela e de partilhar agendas transformadoras. As preocupações discutidas pelo grupo centraram-se na floresta, nos incêndios rurais, na mineração, na manutenção da agricultura local, entre outras. O grupo debateu ainda estratégias ligadas a questões relativas à gestão do território, ao despovoamento e às ameaças criadas pelas mudanças climáticas. No final do Verão, o grupo alargou-se e continuou a trabalhar para preparar uma concentração sobre os incêndios florestais que este ano devastaram a região.

Entrevista a Ulmeiro, em Lisboa, em 15 de Julho de 2025

O João Neto do Ulmeiro (um projecto recente de comunicação independente sobre decrescimento, ecologia política e justiça climática) desafiou os membros da Rede, Susana Ribeira e Guilherme Serôdio, para responder a dez questões nesta área. A conversa teve lugar no apropriado Parque Gonçalo Ribeiro Telles na Praça de Espanha e poderá ser vista nas redes sociais do Ulmeiro.

Lançamento do livro “Juntos na Rutura, Testemunhar a realidade e caminhar rumo à liberdade e à cooperação”, de Jem Bendell, na Casa do Comum, em 5 de Setembro de 2025

No dia 5 de setembro o Prof. Jem Bendell esteve em Lisboa para o lançamento da versão portuguesa do seu livro Juntos na Rutura - Testemunhar a realidade e caminhar rumo à liberdade e a cooperação. O livro é um mapa para navegarmos juntos as iminentes ruturas civilizacionais. A primeira parte do livro é uma expansão de seu artigo Deep Adaptation que se tornou viral em 2018 e impulsionou o sentido de urgência em parte do movimento climático. Assim, a primeira parte do livro sobre o colapso em curso demonstra em 300 páginas repletas de referências científicas, divididas em 7 capítulos, que já passamos o ponto de não-retorno. Na segunda parte, com o mesmo volume de páginas, divididas em 6 capítulos, fala de liberdade e foca no que podemos fazer sabendo disso. Nas palavras do editor, "é precisamente aqui que reside a beleza deste livro: ao aceitarmos a possibilidade de existir uma rutura, permitimos que a falsa identidade que construímos se dissolva, para podermos finalmente começar a experimentar o verdadeiro sabor da vida." 

A visita a Lisboa de Jem Bendell acabou por possibilitar vários eventos. Primeiro, decorreu uma sessão na sala de cinema da Casa do Comum, para poucas dezenas de pessoas ligadas a movimentos, academia e meios de comunicação. É de notar que não houve nenhum questionamento relativamente ao diagnóstico apresentado na primeira parte. As pessoas presentes interrogaram principalmente sobre o sentido a dar às nossas futuras ações e também sobre a  trajetória do próprio autor que se afastou do seu trabalho ligado à sustentabilidade corporativa e a organismos internacionais a partir do Reino Unido, dedicando-se agora a trabalhar em alternativas sistémicas em comunidades locais na Indonésia onde passou a viver. No mesmo dia decorreu ainda uma sessão aberta ao público, na livraria da Casa do Comum. A sala lotada ouviu uma apresentação inspirada que deu origem a um debate muito participado pelo público

No dia seguinte, Hans e Guilherme, da Rede para o Decrescimento, gravaram uma conversa com Jem Bendell sobre o que provocativamente chamaram “O Hopium do Decrescimento”. Dando continuidade às ideias avançadas no livro procuraram explorar como se poderia envolver a comunidade descrescentista num debate sobre enfrentar o colapso.

Depois de uma breve abordagem da evolução do seu pensamento desde a publicação de Adaptação Profunda: Um Mapa para Navegar pela Tragédia Climática até Juntos Na Rutura (está agora convencido que o colapso em curso não é apenas climático mas muito mais abrangente), o Jem detalhou a forma como a criação de dinheiro a partir do nada, o sistema de juros compostos e invenção de novos instrumentos financeiros inscrevem o crescimento no sistema económico atual. Assim, ele critica o Decrescimento enquanto programa político porque não dá resposta adequado a essa dinâmica e, nomeadamente, às dificuldades dos estratos sociais mais pobres ou em risco de passar de uma classe média remediada para uma situação de pobreza, dinâmicas reforçadas agora pelo colapso já em curso.

Abordou-se em seguida aquilo que Jem Bendell identifica como o perigo da eco-austeridade ou do eco-fascismo a que ele contrapõe uma visão eco-libertária do futuro que não impõe (falsas) soluções verdes à população, propondo atuar coletivamente a nível comunitário e local sem, contudo, perder de vista a luta política.

A entrevista completa vai ser disponibilizada em breve. O livro pode ser encontrado neste link e podem encontrar mais informação sobre o Jem Bendell aqui.

Defesa da tese de doutoramento (Decrescimento, Democracia e Novos Territórios. Experimentações para um mundo em transição) do membro Guilherme Serôdio, no ISCTE, em 16 de Setembro de 2025

Na companhia de amigos e família, bem como perante um juri, composto por Roberto Falanga, Lia Vasconcelos, Inês Cosme, Paula Castro e o orientador Rogério Roque Amaro, o Guilherme apresentou a sua defesa da tese, foi interpelado, respondeu a questões e, no final, foi aprovado! 

Nas palavras do próprio, deixamos o resumo da tese incluído no seu convite: “Vivemos um momento crucial da civilização moderna: a abundância energética desde a revolução industrial permitiu o desenvolvimento do modelo socioeconómico ocidental em que vivemos em Portugal, mas trouxe consigo problemas ecológicos inescapáveis. Esta tese questiona a viabilidade de um sistema assente no crescimento económico exponencial, incompatível com os limites biofísicos do planeta, e procura alternativas através da análise do Sistema-Terra e da experimentação em escala local. Explora também a história das grandes narrativas políticas da modernidade, da ecologia enquanto prática politica e realidade inevitável, e da interação entre estas. Procura apresentar uma nova grelha de leitura da realidade que permita novas orientações políticas, económicas e sociais, para além da obsessiva busca por um crescimento do PIB a todo o custo. A partir de metodologias de investigação-ação, estuda narrativas políticas e práticas de democracia deliberativa num território concreto, propondo modelos de gestão coletiva e empoderamento comunitário. O diagnóstico é crítico e pessimista quanto à sustentabilidade do crescimento económico exponencial, mas otimista na ação: ainda que não possamos alterar globalmente as grandes orientações da modernidade, as nossas comunidades e regiões podem criar respostas resilientes, regenerativas e democráticas para enfrentar os choques iminentes de um mundo em transição.”

2 - Agenda da Rede

Encontro Nacional da RD, de 17 a 19 de Outubro de 2025, na Covilhã

Está a chegar o Encontro Nacional da Rede para o Decrescimento. Anualmente, com o Outono, chega também este momento marcante que junta a comunidade decrescentista durante um fim-de-semana, em que se cruzam membros da Rede, sejam pessoas mais activas e mais envolvidas ou pessoas apenas simpatizantes das ideias decrescentistas. Este ano o encontro decorrerá na Covilhã, de 17 a 19 de Outubro e será acolhido pela cooperativa CooLabora. O programa começa dia 17, com um jantar partilhado, seguindo-se um debate aberto à comunidade local sobre as propostas decrescentistas. No dia seguinte haverá um passeio pela cidade, onde procuraremos olhar o território a partir da lente decrescentista. Segue-se uma breve visita ao Museu de Lanifícios, sediado na Universidade da Beira Interior, onde decorrerá também uma apresentação da Rede para o Decrescimento. No sábado à tarde terão lugar encontros temáticos em torno de questões descrentistas propostas por membros e fecharemos com a reunião geral anual da Rede em formato híbrido, isto é, presencial e online. A noite será de convívio. No domingo, último dia deste Encontro, teremos a apresentação dos trabalhos realizados na véspera, recorrendo a linguagens criativas e encerramos com um almoço. As inscrições estão abertas neste link: https://forms.gle/YtQjGXowgaGf5QBK8

3 - Eventos externos em destaque

Encontro Ibérico de Moedas Sociais, no dia 24 de Outubro de 2025 no ISEG- Lisbon School of Economics and Management e no dia 25 de Outubro no Centro de Recursos DLBC Lisboa, em Carnide.

5.ª Conferência Internacional Economia Social e Solidária e os Comuns, no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, de 26 a 28 de Novembro de 2025.

O tema é "Colapso e Regeneração: Iniciativas lideradas pela comunidade que prefiguram futuros habitáveis".  As sete grandes áreas temáticas incluem: 1. O rescaldo de catástrofes ambientais; 2. Conflitos armados e iniciativas de consolidação da paz; 3. O enfraquecimento do Estado de direito e o surgimento de estruturas paralelas de governação baseadas no crime organizado; 4. Guerras culturais, polarização política e radicalização (nomeadamente no contexto do ressurgimento da extrema-direita e das ameaças aos direitos de mulheres, raparigas e da comunidade LGBTQI+); 5. Apoiar a resistência popular ao autoritarismo, à marginalização e à opressão, nomeadamente através do ativismo assumido e de práticas informadas pelo trauma; 6. Promover a cooperação transnacional liderada por movimentos de base: 7. Problematizar as tendências atuais na aplicação e utilização das tecnologias da informação para a ação coletiva, bem como promover a sua democratização e responsabilidade. 

Pessoas ativas na Rede para o Decrescimento (núcleos ou círculos) podem beneficiar de um desconto especial para movimentos sociais. Para tal, devem inscrever-se na plataforma do evento (http://ssecommons.eventqualia.net/) e comunicar a sua intenção ao Círculo de Gestão através do email geral@decrescimento.pt até ao dia 19 de outubro para que este possa compilar a lista final e enviar à organização do evento.

4 - Dar a Palavra

4.1. Educação e Decrescimento: liberdade de aprendizagem, por Ana Sardoeira

O século XXI confronta-nos com múltiplas crises interligadas: ecológica, social, económica e cultural. A promessa de progresso ilimitado, sustentada pela lógica do crescimento económico contínuo, revela-se insustentável num planeta de recursos finitos. A acumulação incessante, a exploração da natureza e a mercantilização de todos os aspetos da vida provocaram desequilíbrios ecológicos irreversíveis, ao mesmo tempo que aprofundaram desigualdades sociais.

A educação ocupa um lugar central. Se o sistema educativo atual nasceu e se consolidou em função do crescimento económico, será possível imaginar uma educação para o decrescimento, capaz de formar cidadãos críticos e comunidades resilientes?

A escola moderna nasceu da lógica industrial. Horários rígidos, exames padronizados e currículos fragmentados formaram gerações de trabalhadores produtivos e consumidores obedientes. Neste momento, o sucesso mede-se por notas e diplomas, enquanto o conhecimento se transformou em mercadoria. 

Num contexto de globalização, a educação já não pode ser entendida de forma isolada sem ter em conta uma economia internacional cada vez mais interligada, como afirma Michael Apple. O neoliberalismo e neoconservadorismo estão a sufocar qualquer tentativa de pensamento crítico e resistência. Na sua perspetiva, a educação não pode, por si só, mudar a sociedade, mas é indispensável a qualquer projeto de transformação social. A ligação da escola a lutas sociais mais amplas e a sua capacidade de desafiar a cultura dominante, pode contribuir para mudanças profundas.

Ainda no século XX, Ivan Illich apresentou uma alternativa disruptiva. Fazendo a distinção entre ensino e aprendizagem, propôs uma sociedade em que aprender seja um ato livre, criativo e acessível a todos, organizado em redes de aprendizagem. A proposta é recuperar a autonomia, garantindo acesso livre ao saber como bem comum, sem a mediação da instituição escola.

Repensar a aprendizagem a partir do decrescimento implica recuperar esse bem comum, viver com limites planetários e valorizar a cooperação em vez da competição. Significa também dar espaço ao saber prático e comunitário e cultivar uma aprendizagem crítica e democrática, inspirada em pedagogos como Paulo Freire, capaz de formar cidadãos ativos e conscientes.

Felizmente, têm surgido práticas inspiradoras: escolas comunitárias e redes de aprendizagem abertas que mostram que é possível outra forma de aprender.

Educar para o decrescimento é preparar as novas gerações para um futuro em que o sucesso não se mede pelo consumo, mas pela qualidade das relações, da democracia participativa e do cuidado com o planeta.

Se queremos, de facto, uma sociedade mais justa, uma sociedade de decrescimento, que valorize o bem-estar em vez do PIB, precisamos de repensar a aprendizagem como um espaço de liberdade, de comunidade e de crítica, interligado na rede da vida.

4.2. À boleia pelos caminhos do Decrescimento, por João Wemans

Em Janeiro de 2024, seguindo a dica de um amigo, entrei por uma porta numa rua de Lisboa e subi dois pisos de escadas sem indicação nenhuma. Numas águas furtadas, uma mão cheia de pessoas estava à volta de uma mesa. Tinha apanhado a boleia do Decrescimento! Depois de mais de um ano de encontros, leituras, ideias e, sobretudo, conversas, ainda não sei bem para onde estamos a ir nesta viagem, mas, como numa boleia, a companhia e a experiência têm sido o mais importante.

Para quem não esteja dentro do tema, o Decrescimento é uma das várias noções que, com otimismo, mostram vias para a aparente encruzilhada entre melhorar a qualidade de vida e respeitar os recursos limitados do planeta. No caso do Decrescimento, a ideia é autolimitar as necessidades materiais dos mais favorecidos para níveis mais baixos dos atuais e, muito importante embora paradoxal, fazê-lo aumentando a nossa qualidade de vida.

Uma das características desta viagem do Decrescimento que foi formalmente definida como palavra e noção em França nos anos 80 e tem hoje membros por todo o mundo é o facto de, na verdade, ser, para mim, tão antiga como todos nós. É a ideia que cada um gosta de usar só o que precisa, não porque a isso é obrigado, mas porque nos ajuda na aprendizagem e no autoconhecimento de nos focarmos no que é importante.

Percebi depois de alguns meses que as pessoas que me deram boleia na Rede para o Decrescimento em Portugal naquelas águas furtadas e outras que me introduziram à Rede Internacional estão nisto também sem saber bem para onde vamos, sem líderes ou estrutura rígida. Gostamos de estar ou pensar juntos, porque a alternativa é estarmos mais sós sem a energia dos outros.

Há muitos a fazer teses de mestrado e doutoramento, vários a escrever livros ou artigos científicos. Mais de 1.300 estiveram em Oslo em Julho numa conferência internacional sobre o tema. Há grupos nos cinco continentes a enriquecer o Decrescimento com visões tão diversas. Há quem queira mudar tudo e já, outros querem integrar muito do que já existe ou está a ser pensado noutros movimentos. Há quem pense que o Decrescimento deve ser comunicado como uma proposta puramente económica, outros que é um estilo de vida a aplicar em tudo o que fazemos. É difícil seguir e alinhar a nossa opinião com tudo o que está acontecer... mas sem líderes ou estruturas formais estamos livres, como numa boleia, de ir por caminhos inesperados sem GPS ou pressa de chegar.

Se quiserem saber mais, usem os recursos disponíveis, mas sobretudo, perguntem onde apanhar boleia perto de vocês, é provável que já alguém esteja a caminho!

4.3. Convite à leitura, por Jorge Farelo

O livro da autoria de Timothée Parrique, Abrandar ou Morrer, A economia do decrescimento, recentemente editado pela Zigurate merece ser lido, ou de forma contínua ou saltando capítulos, porque constitui uma ampla explanação da problemática do que é o movimento Decrescentista. De forma abrangente estão presentes múltiplas questões, desde as ideológicas, as sociais, as culturais, até às ambientais, lançando pistas sobre os caminhos de transição, e quais os valores que devem estar presentes no projeto de uma nova sociedade.

SINOPSE

“A causa principal do colapso ecológico não é a humanidade, mas sim o capitalismo, a hegemonia do factor económico sobre todos os outros, e a obsessão desenfreada pelo crescimento tornado num problema existencial.

Definir o crescimento como um aumento do PIB é o mesmo que descrever o calor como aumento da temperatura, é uma descrição que nada explica.

Alguém a regozijar-se com o aumento do PIB, ignorando a forma como é calculado, equivale à situação de ter o frigorífico subitamente cheio sem fazer a mínima ideia do que há nas prateleiras.

O que conta nem sempre se pode contar, e o que é contado nem sempre conta, uma frase que todos (economistas) deviam saber de cor”.

TEMAS

Para cada um dos oito capítulos, identificam-se de forma brevíssima os aspectos mais importantes.

1 - PIB e ideologia do crescimento. A miriade de actividades que criam valor para o colectivo tais como tomar conta de pessoas, de crianças, a organização de reuniões de partilha e de participação, não contam nada para o PIB. É  um termómetro rústico dos anos 30 do século, vesgo, cego e surdo quanto ao estado do planeta, e continua a reinar, incontestado, na governação política das nações. Ao contrário de alguns mitos, o aumento do PIB não chega aos mais pobres.

2 - Dissociação impossível, limites ecológicos. O caso do fumador que tem problemas respiratórios, talvez cancro, tem dois vaticínios, deixar os cigarros ou manter o vício porque no futuro as inovações permitirão dissociar o tabagismo do cancro. Aplicando ao tema em análise, haverá forma de dissociar o crescimento da economia do da ecologia, desenvolvendo a primeira sem destruir a segunda? Esta questão está no centro dos nossos desafios civilizacionais.

3 - Mercado contra sociedade. Os limites sociais, a esfera da produção, o orçamento-tempo da economia, o fantasma mágico da inovação, será que o progresso técnico faz verdadeiramente ganhar tempo? A contradição da reprodução social (em França existem quase tantos agentes imobiliários quanto investigadores), que triste crescimento. O que é a mercadorização? Para obviar à corrupção das mercadorias têm de ser implementadas tarefas de governação económica, determinando os limites do domínio do mercado e regular o seu funcionamento.

4 - Falsas promessas. A pobreza, as desigualdades, o emprego (a utilidade do trabalho não é proporcional ao salário), o orçamento público, a qualidade de vida.

5 - Breve história do decrescimento. A pré-história, o parto (para Mauro Bonaiuti o decrescimento material poderia transformar-se num crescimento relacional e espiritual), hoje o decrescimento como campo de acção para além dos debates.

6 - Um caminho de transição, “O que é o decrescimento? Se a pergunta é simples, a resposta é muitas coisas ao mesmo tempo, estratégia de transição, em movimento, mosaico de trocas, corrente de pensamento teoria crítica e um campo de estudos”. As políticas de decrescimento só podem ter sucesso por via do reforço da democracia, não devem ser apenas ecologicamente eficazes. Devem ter um espírito de justiça social, aplicando o princípio da equidade, e com preocupações de garantia do bem-estar.

7 - Um projecto de sociedade. Para uma economia do pós-crescimento, em harmonia com a natureza, e fruto de decisões tomadas em conjunto, o modelo de empresa a implementar teria como objetivo a substituição da empresa só com fins lucrativos. Seria a transformação das empresas privadas em cooperativas, com tomada de decisões participadas sobre a partilha equitativa das riquezas.

8 - Controvérsias, 12 críticas ao decrescimento:

reação negativa? porque o termo assusta as pessoas, mas não equivale a recessão, “fazer dieta não produz medo de perder peso”;

doloroso? porque o decrescimento é como a ressaca de uma pessoa dependente de drogas duras;

ineficaz? quando o oposto será aliar o menos com o melhor, combinar a sobriedade com a eco-eficácia;

empobrecedor? mas acabemos com o mito segundo o qual o crescimento do PIB é um remédio milagroso para resolver o problema da pobreza;

egoísta? mas os países pobres só recebem as migalhas do crescimento económico, inverter a actual lógica de dar com uma mão e retirar com a outra;

uma forma de austeridade? mas convém relembrar que a austeridade é uma estratégia neoliberal que consiste em limitar as despesas públicas e em baixar certos impostos para relançar o crescimento;

capitalismo? enquanto sistema em que a produção é organizada com o fim de maximizar a mais valia monetária, não pode renunciar ao crescimento, na mesma medida em que um “crocodilo não pode tornar-se vegetariano”;

anti-inovação? mas o progresso técnico não vem resolver magicamente os problemas do mundo, é uma prática encastrada num sistema que pré-determina a escolha, as pessoas inventam coisas para ficarem ricas, o decrescimento apenas tentará alterar os seus conteúdos, em vez de publicidades inúteis, reduzir os desperdícios, proteger as espécies em vias de extinção, etc.;

anti-empresarial? no sentido que sacrificam a convivialidade e a sustentabilidade para aumentar indefinidamente as suas margens, fazendo dinheiro à custa dos trabalhadores explorados e de uma natureza saqueada;

contra-natura? os antropólogos mostraram que muitas sociedades aspiraram ao equilíbrio mais do que ao crescimento, que tem um início e um fim;

inaceitável? a opinião maioritária de que os cidadãos em geral estão poucos interessados em verem os seus rendimentos diminuídos, quando se antevê que com o decrescimento poderão viver melhor;

totalitário? é o sistema vigente porque a minoria daqueles que possuem os meios de produção decide o que se produz, sem consultar ninguém. Em França os 10% mais ricos possuem mais de metade de toda a riqueza. 

CONCLUSÃO

O decrescimento é verdadeiramente radical porque vai à raiz dos problemas, não vem colocar um penso nas violências do capitalismo, mas sobretudo identifica os mecanismos que essas violências geram, obrigando a repensar a nossa relação com o mundo, a natureza, a justiça, o sentido da vida e o bem-estar.

A economia cresce, a pobreza subsiste, o poder de compra da maioria da população estagna ou deteriora-se, surgem actividades de que praticamente ninguém precisa, empregos que ninguém deseja, os mercados financeiros florescem, a qualidade de vida diminui.

Um relatório das Nações Unidas de 1996 resume a situação, o crescimento que temos experimentado é “sem emprego, sem piedade, sem voz, sem raízes e sem futuro”.

É necessário reinventar o modo de organização social, um sistema económico que assegure uma existência agradável para todos dentro dos limites do planeta.

5 - Novidades do Site

Tirem um bocadinho para ler os últimos artigos publicados:

Rachel Carson - Primavera Silenciosa

ISEE- Degrowth 2025: Discutir o decrescimento num estado petrolífero e os terríveis dilemas da modernidade colonial

6 - Publicações de interesse para a comunidade decrescentista

- European Newsletter do IDN/ International Degrowth Network, de Agosto de 2025

Capitalism’s Addiction to Growth Means Civilisational COLLAPSE - Entrevista (EN) de Aaron Bastani do canal britânico Novara Media a Jason Hickel, estreada no Youtube do canal em 31 de Agosto de 2025

- European Newsletter do IDN/ International Degrowth Network, de Julho de 2025

- Revista 15/15\15

Conceptualizing health in the degrowth movement: An exploratory survey - Artigo do membro Hans Eickhoff no Degrowth Journal, em 24 de Junho de 2025

Adicionamos alguns livros que chamaram a nossa atenção:

Abrandar ou Morrer, de Timothée Parrique

Routledge Handbook of Degrowth, de Anitra Nelson e Vincent Liegey

Juntos na Rutura - Testemunhar a realidade e caminhar rumo à liberdade e à cooperação, de Jem Bendell 

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Talvez porque sim… talvez porque não… encerramos com esta canção do grupo A Garota Não, intitulada 422