A marca deixada por Ivan Illich no decrescimento
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A marca deixada por Ivan Illich no decrescimento

Miguel Valencia reflecte sobre a análise crítica das modernas sociedades ocidentais, produtivistas e mercantilistas, feita pelo pensador visionário Ivan Illich e sobre o seu legado para os movimentos decrescentistas no México e em França.
A marca deixada por Ivan Illich no decrescimento

Nota prévia: Tradução de artigo de Miguel Valencia Mulkay, 2ª parte de um texto em que o autor se propõs responder à pergunta “O que entendemos por decrescimento?” no contexto do México; original em castelhano: La impronta de Ivan Illich en el descrecimiento (publicado no site 'Diálogos en Pluralidad' em Setembro de 2023); a 1ª parte pode ser lida aqui.

Desde a década de 70, os livros de Ivan Illich (1926-2002)1 impressionaram-me muito pela sua crítica radical ao desenvolvimento, ao progresso, à economia, à indústria, aos transportes, à educação, à saúde e a outros temas mais específicos, e pelas alternativas que apresentam (nomeadamente no livro A Convivencialidade), que modificaram algumas das minhas convicções científicas, sociais, económicas e políticas. Mais tarde pude confirmar que nesses mesmos anos estes livros foram muito bem recebidos entre os académicos das grandes universidades europeias e no nascente movimento ambientalista dos países “desenvolvidos”, especialmente europeus2 e, também no México, entre alguns académicos3 ou representantes da cultura, entre certas organizações sociais e civis, e entre leitores interessados em questões económicas e ecológicas, como nós, ambientalistas que em 2007 decidimos abrir a discussão em torno do decrescimento (descrecimiento)4.

Estes livros reúnem ou resumem algumas das teses ou propostas de autores que influenciaram o pensamento de Illich5 ou que nasceram ou se fortaleceram nos seminários realizados entre 1969 e 1976 no Centro de Documentação Intercultural - o CIDOC de Cuernavaca (capital do estado de Morelos no México), fundado por Illich -, nos quais participaram professores e estudantes de grandes universidades da América, Europa e Ásia, críticos da moderna sociedade produtivista e de consumo, críticos da educação, da medicina, do transporte urbano, do desenvolvimento, da economia e da modernidade6. Além disso, resumem muitas das teses que Illich adotou naqueles anos, de grandes autores do século XX ou que faziam parte do seu extenso conhecimento sobre o pensamento da Idade Média, da antiguidade e do cristianismo. Foi um prodigioso devorador de livros de todos os tipos em várias línguas7 e criador de círculos internacionais para a discussão de temas pouco conhecidos do público, como “os bens comuns”, o “trabalho fantasma” ou o “género vernáculo”. Naqueles livros, este grande pensador da periferia do Ocidente faz uma crítica severa à sociedade industrial: rejeita categoricamente o monopólio do modo de produção industrial e outros monopólios radicais, como o automóvel, que escravizam as sociedades modernizadas. Ele descreve a “contraprodutividade” das ferramentas: da instituição médica moderna que gera mais mortes e doenças do que previne; do ensino primário obrigatório que gera mais ignorância do que elimina; e do transporte que gera mais perda de tempo do que economia. Segundo ele, a partir de um certo limiar (de magnitude), as ferramentas (ou instituições) produzem o oposto daquilo que dizem ser os seus propósitos. Ele quis escrever o epílogo da sociedade industrial.

A leitura que fiz em 2006 dos livros dos mais reconhecidos autores franceses do movimento decrescentista (décroissance)8 permitiu-me confirmar a influência determinante deste autor austríaco sobre estes autores, muito especialmente sobre Serge Latouche, o mais famoso mentor deste movimento europeu9.

Serge Latouche, o africanista, reconhece10 que o «projecto de uma sociedade autónoma e económica que está por detrás do slogan décroissance não nasceu ontem… foi formulado em termos próximos dos nossos no final da década de 1960 por Ivan Illich, André Gorz, François Partant e Cornelius Castoriadis»; reconhece11 que «uma pequena “Internacional” anti- ou pós-desenvolvimentista, na filiação de Ivan Illich, Jacques Ellul e François Partant, analisa e denuncia os danos causados pelo desenvolvimento nos países do Sul global. Esta crítica, por outro lado, levou à “alternativa histórica”, isto é, à auto-organização das sociedades/economias vernáculas (indígenas)».

Latouche, o investigador das relações económicas Norte-Sul, diz que «A sociedade do crescimento é insustentável: segundo Ivan Illich, o desaparecimento programado da sociedade do crescimento não é necessariamente uma má notícia». Illich afirmou: «A boa notícia é que não é para evitar os efeitos colaterais negativos de que seria bom em si mesmo abandonar o nosso modo de vida, como se tivéssemos que escolher entre uma refeição requintada e os riscos a ela associados. Não, é porque a comida é inerentemente má e seríamos mais felizes se desistíssemos dela. Viver diferente para viver melhor»12.

Latouche destaca ainda que «O domínio do economicismo é tal que foi praticamente necessário esperar até 1968, para conhecer… por Ivan Illich, o conceito de “desvalor” que designa “a perda que não pode ser estimada em termos económicos»13 e que «no entanto, é nos países do Sul global que a “modernização” se traduz hoje pela imposição do desvalor em grande escala (massivo), com o aparecimento de produtos mercantis contabilizáveis e o desaparecimento de produtos exteriores ao mercado, muitas vezes não contabilizáveis: regressão das culturas de sobrevivência ou de autoconsumo em favor das culturas comerciais, cerveja versus vinho de palma, discoteca versus danças tradicionais, informal versus formal…» «Eu afirmo», diz Ivan Illich, «que o valor económico só é acumulado devido à devastação anterior da cultura - o que também pode ser considerado como criação de desvalor»14.

Em relação à austeridade ou à simplicidade voluntária, Latouche cita Ivan Illich quando defende «a sóbria embriaguez da vida»15 e quando diz «a actual “condição humana”, em que as tecnologias se tornam tão invasivas que já não podemos encontrar alegria excepto naquilo que apelidaria de tecno-jejum»16.

Em pleno sucesso do CIDOC, Illich decidiu fechá-lo em 1976, segundo ele, por ter alcançado o que desejava e assim poder tornar-se um pensador itinerante e palestrante internacional. A partir de então, organiza seminários e reuniões informais em diversas universidades dos EUA e da Europa: quer agora discutir percepções em vez de conceptualizações, sobre temas como a água, o género vernáculo, a alfabetização, o fim da era instrumental e a nova Era dos Sistemas17. Também reserva tempo para promover projetos como O Dicionário do Desenvolvimento18, coordenado por Wolfang Sachs, ou trabalhar em novas linhas de pensamento e participar em diversas conferências em vários países, mas todos os anos regressa à sua casa em Ocotepec, Morelos, para lá morar e estar com os agricultores durante alguns meses, até pouco antes da sua morte em 2002 em Bremen, Alemanha.

Em 1985, como resultado de vários acontecimentos ocorridos na Cidade do México que me emocionaram19, e também, devido à minha crescente consciência do colapso ecológico global e do avanço nefasto do pensamento neoliberal no nosso país, no final daquele ano tomei a decisão de participar como voluntário no apoio às causas ambientais da megalópole da 'Cuenca de México' e nas ações em defesa das suas povoações, ejidos [baldios], bairros periféricos e comunidades.

Inspirado nas teses de Ivan Illich, em 1986 comecei a escrever artigos sobre transporte, urbanização e consumo de água na Cidade do México. Entre 1986 e 1989, o Excelsior, um jornal nacional que teve importância naqueles anos, publicou mais de uma dezena de artigos sobre estas questões locais que tiveram algumas consequências positivas enquanto, por outro lado, tive a oportunidade de conhecer ambientalistas do novo “Pacto de Grupos Ecologistas”20 que conheceram Ivan Illich e o seu grande amigo, Jean Robert. Envolvi-me com eles em 1988, no movimento contra a construção da central nuclear de Laguna Verde. Naqueles anos comecei a interessar-me muito pelas críticas e propostas do movimento ambientalista europeu dos anos 7021.

Quando o professor emérito da Universidade Paris-Sud (Orsay), Serge Latouche, pergunta «Como é que os nossos espíritos foram colonizados?» E responde: «Parece-me que a colonização dos espíritos assume três formas principais: educação, manipulação mediática ou um modo de vida específico. (…) Essencialmente, nas sociedades modernas, a educação envolve uma instituição, a escola. Isto tem sido objecto de uma crítica cáustica de Ivan Illich que ainda hoje é relevante.» «A maioria, escreve Illich, na escola aprende não só a aceitação do seu destino, mas também o servilismo»22. «Quanto ao fracasso escolar, inscrito na lógica da instituição, representa a aprendizagem da insatisfação23 «As escolas, salienta novamente Illich, fazem parte de uma sociedade em que uma minoria está prestes a tornar-se tão produtiva que a maioria deve ser educada ao consumo disciplinado.»24 Para Illich, a conclusão impõe-se: é preciso “desescolarizar” a sociedade.

Sobre o tema da Manipulação Mediática, Latouche comenta que «Ivan Illich analisou a criação de necessidades, através da publicidade, como uma “reificação” alienante.» «Ter sede, escreve Illich, é ter necessidade de Coca Cola! Este tipo de reificação é o resultado da manipulação das necessidades humanas por grandes organizações que conseguiram dominar a imaginação dos potenciais consumidores.»25

Desde 1986 escrevemos um bom número de artigos e tomadas de posição, em relação ao uso excessivo do automóvel e do transporte urbano em geral, e no que diz respeito à construção de megaprojetos, baseados na tese de Ivan Illich, como os seguintes: «Desde que a indústria dos transportes ultrapassou o seu segundo limiar de mutação, os veículos criam mais distâncias do que eliminam. A sociedade como um todo dedica cada vez mais tempo à circulação do que deveria ganhar. Por sua vez, o americano típico dedica mais de 1.500 horas por ano ao seu carro: sentado nele, em movimento ou estacionado, trabalhando para pagá-lo, para pagar gasolina, pneus, portagens, seguros, infrações e impostos. Assim, ele passa quatro horas por dia no seu carro, seja usando-o, cuidando dele ou trabalhando para as suas despesas. Para que conste, outras atividades determinadas pelo transporte não foram aqui tidas em conta: o tempo passado no hospital, no tribunal ou na garagem, o tempo gasto a ver publicidade de automóveis na televisão, o tempo gasto a ganhar dinheiro, a viajar nas férias, etc. E este norte-americano precisa dessas 1.500 horas para percorrer apenas 10.000 km de percurso; 6 km demoram uma hora.»26

No entanto, há dois temas que me parecem fundamentais tanto nas teses de Ivan Illich como nas teses de Latouche e que incorporámos nas teses do decrescimento: a tão necessária dessacralização da economia, e da ciência e da tecnologia.

Illich demonstra nos seus livros dos anos 70 que a economia transforma a abundância natural em escassez, através da criação artificial da carências e de necessidades, através da apropriação da Natureza e da sua mercantilização. Reconhece assim a grande importância da crítica de Karl Polanyi à Economia27, da sua análise do fracasso da utopia liberal e do mercado auto-regulado baseado em falsas mercadorias (moeda, terra e trabalho humano) e, sobretudo, da sua tese sobre a processo de “desincrustação” [disembbedness] do corpo social, da economia nos últimos quatro séculos até se tornar uma “ciência dura”, com grande uso da matemática, que se move autonomamente fora do controle humano (sacralizada). Illich rejeita a dominação económica: o conceito de escassez (e abundância) imposto pela monetização e pelo avanço tecnológico, e os dogmas da produtividade e da competitividade.

Serge Latouche não hesita em descrever a economia como uma nova religião. Denuncia o desenvolvimento sustentável como uma impostura que procura resgatar o crescimento económico e a ideia calamitosa de desenvolvimento. O apego irracional à ideia de desenvolvimento acarreta um conceito fetichista que procura preservar o economicismo e, em última análise, o próprio crescimento. Além disso, rejeita o culto da ciência e da tecnologia.

Ivan Illich viaja até Bordéus para conhecer Jacques Ellul, a quem chama “o mestre”. Este teólogo protestante e o seu grande amigo – um não-crente – Bernard Charbonneau – reconhecido em França como o fundador da Ecologia Política28 – formaram, desde a sua juventude, uma grande aliança filosófica, política e cultural.

Ellul29 adverte que a cultura moderna elimina as religiões tradicionais criando novas religiões, como a religião da economia e a religião do crescimento. Analisa a ambivalência da técnica, a sua falsa neutralidade, a impossibilidade de separar os seus efeitos positivos dos negativos, a ocultação dos seus efeitos secundários, o seu grande poder de alienação e a sua autonomia (o seu desenvolvimento fora do controlo humano). Segundo Ellul, a técnica não se contenta em ser o fator principal ou determinante, ela mesma tornou-se um sistema. Um universo que se constitui como um sistema simbólico30.

«A técnica, diz-nos Ellul, torna-se transcendente, uma nova sacralidade que tira o seu lugar à Natureza, destruindo-a e colocando milhões de seres humanos no seu altar de sacrifício todos os anos». Além disso, este grande pensador gascão diz-nos «não é a técnica que nos sujeita e escraviza, mas a transferência de sacralidade que fazemos para a técnica». Na nossa resignação e passividade face aos avanços tecnológicos, Ellul encontra a servidão voluntária de boa parte dos seres humanos (conceito desenvolvido pelo filósofo humanista francês Étienne de La Boetie).

Em memória de Ellul, - O homem que previu quase tudo31 - Latouche escreveu em 1994 o livro La Mégamachine32.

A ECOMUNIDADES, Rede Ecológica Autónoma da 'Cuenca de México', criadora do slogan ou bandeira do decrescimento, foi fundada em 2005, com algum apoio nas teses de Ivan Illich e do seu grande amigo Jean Robert, em torno das questões da água, da energia, do transporte urbano, das cidades, da economia, da ciência e da tecnologia. Por outro lado, esta Rede é a refundação do Fórum Ecologista Regional da 'Cuenca de México', nascido em 1991, também com algum apoio nas teses destes mesmos pensadores. Consultar o blog http://red-ecomunidades.blogspot.com/

A firme rejeição que Illich manifesta contra as propostas evangelizadoras da Aliança para o Progresso de John F. Kennedy (1961, primeiro CIDOC), o grande apreço que sempre teve pelas crenças dos povos originários da América, a inspiração que encontrou no seu pensamento e a sua repetida defesa do que chamou de culturas vernáculas (pré-industriais) do mundo, antecipa a sua rejeição das ideias missionárias do governo dos EUA, do Banco Mundial, do FMI e da ONU, para o desenvolvimento e modernização dos países da periferia do Ocidente, como o México. Ele foi um pioneiro da interculturalidade, tão necessária hoje diante do colapso global da sociedade desenvolvida de crescimento ilimitado.

Desde cedo, Illich percebe os imensos danos que as ações governamentais para o desenvolvimento, o progresso e a modernização podem causar nas comunidades dos povos indígenas e na Natureza, com seus conceitos de “ensino primário obrigatório”, “clínicas e hospitais”, “transporte subsidiado para criar mercados de trabalho”, “habitação social”, “criação de emprego”, “luta contra a pobreza”, “industrialização”, “produtividade”, “crescimento económico” e intensificação das relações monetárias entre as pessoas, as cidades, os países. Com grande rigor critica a ocidentalização do mundo.

Talvez o ‘método peirástico’ utilizado por Illich (termo cunhado por Martin Fortier33) tenha contribuído enormemente para a celebridade internacional que alcançou no final dos anos 70 e da qual fez todo o possível para se livrar.

O decrescimento mexicano não pode abrir debates coerentes em torno da redução dos laços económicos entre as pessoas e o Buen Vivir, sem ter em conta a terrível dependência que foi imposta ao México pelos países do Norte global e a pilhagem que estes países fazem da diversidade dos bens naturais e culturais do nosso país, com o apoio de leis e reformas constitucionais promovidas por políticos e grandes empresários mexicanos aliados a investidores estrangeiros. Estes últimos, por sua vez, conseguem impor estas legislações devido à colonização radical do imaginário social mexicano (poluição mental) devido a mais de cinco séculos de colonização europeia e mais de um século de neocolonização americana, reforçada durante quase um século pela escolaridade primária obrigatória, pela publicidade, pelo marketing e pelo consumo de produtos e serviços intimamente ligados às tecnologias e aos megaprojectos que controlam estes países ricos e poderosos.

O decrescimento não pode avançar adotando as mesmas premissas e certezas utilizadas pelos movimentos que procuram combater o crescimento e a colonização do imaginário social nos países do Norte global. A descolonização do imaginário social do México deve levar à sua desocidentalização e desindustrialização e à sua desconexão dos sistemas industriais dos países do Norte global.

O caracol, explica-nos Illich, constrói a delicada arquitetura da sua concha adicionando, uma após a outra, espirais cada vez maiores, até parar abruptamente e iniciar as suas espirais, desta vez decrescentes. Uma única espiral adicional dará à sua concha uma dimensão 16 vezes maior. Não contribui para o seu bem-estar. Qualquer aumento na sua produtividade servirá apenas para aliviar as dificuldades criadas por esse crescimento adicional.34

Grande foi a influência que as teses de Ivan Illich tiveram no nascimento e na evolução do movimento mexicano pelo decrescimento e também, em certa medida, do movimento decrescentista francês e do movimento ambientalista europeu original. Na contracapa do primeiro volume das Obras Reunidas de Ivan Illich (Fondo de Cultura Económica, 2006) está escrito: Depois delas (as suas teses), a sociedade industrial - aquela sociedade que permanece de pé graças à brutalização de seus membros e ao cinismo de seus líderes - perdeu qualquer justificativa teórica... E os seus livros vieram abalar a submissão de todos ao dogma da escassez, fundamento da economia moderna.

Notas:

1 La sociedad desescolarizada (1971), La convivencialidad (1973), Energía y equidad (1974), Alternativas (1974), Némesis médica (1976), Desempleo Creador (1978), entre outros. Estes livros foram publicados em inglês, francês, e noutras línguas. Em Portugal, foram publicados: A Convivencialidade (1973), Educação sem Escola? (1974), Energia e Equidade (1975), Inverter as Instituições (1973); mais recentemente, foi publicada a coletânea Para uma História das Necessidades(2018), que reúne vários textos de Illich dos anos 70. Para saber mais sobre Illich e a sua obra ver p.ex. aqui, aqui ou nas páginas da Wikipédia em PT, FR, ES ou EN.

2 El Ecologismo, Dominique Simmonet, GEDISA, Barcelona, 1980.

3 Víctor Urquidi, diretor do El Colegio de México.

4 Adriana Matalonga, Edith Gutiérrez, Gustavo Romero (alunos de pós-graduação da Facultad de Arquitetura, UNAM), Rafael Huacuz (doutorando do Colegio de México), e José Arias Chávez e Ignacio Peón Escalante, fundadores do Pacto de Grupos Ecologistas (1985), membros da ECOMUNIDADES, Red Ecológica Autónoma de la Cuenca de México.

5 Jacques Ellul, Karl Polanyi, Leopoldo Kohr, Everett Reimer, entre outros.

6 Participaram destes seminários autores que já possuíam considerável reconhecimento público em inglês e espanhol, como Erich Fromm, Paul Goodman, Susan Sontag, André Gorz, Paulo Freire, Everett Reimer e outros.

7 Grande parte dos documentos do CIDOC encontram-se depositados no El Colegio de México.

8 Serge Latouche da Universidade Paris-Sud (Orsay), Le Pari de la Décroissance (Fayard, 2006); e Paul Ariès da revista La Décroissance (França): Décroissance ou barbarie (Golias, 2005).

9 O artigo que publica no Le Monde Diplomatique (2003) Pour une societé de décroissance foi muito bem recebido pelos Verdes, pela Confederación Campesina, pelos altermundialistas e por uma grande parte da opinião pública em França, meses após a onda de calor que ceifou a vida de milhares de idosos em Paris.

10 La Apuesta por el Decrecimiento, Serge Latouche, Icaria, Barcelona, 2008.

11 Mesma referência anterior. Ibid.

12 Ivan Illich ou la bonne nouvelle, Jean Pierre Dupuy, Le Monde, 27 de Dezembro de 2002, citado por Latouche em La Apuesta por el Decrecimiento.

13 Dans le miroir du passé, in Oeuvres complets. Ivan Illich, citado igualmente.

14 Mesma referência anterior. Ibid.

15 Ivan Illich, La Convivialité, Oeuvres completes, Fayard, Paris, 2003.

16 Ivan Illich, “L’origine chrétienne des services” in La Perte de sens, Fayard, Paris, 2004.

17 La Edad de los Sistemas en el pensamiento del Illich tardío, Jean Robert, Itaca, 2021.

18 The Development Dictionary, a Guide to Knowledge as Power, Zed Books Ltd, London, 1992.

19 As abundantes demonstrações de solidariedade de muitos dos seus habitantes após o desabamento de dezenas de grandes edifícios devido ao terramoto de 19 de Setembro desse ano; o aparecimento, entre os seus habitantes, de um desejo generalizado de mudar a forma como esta cidade era governada: regentes e delegados nomeados pelo presidente da República; o reconhecimento internacional desta cidade como a mais poluída do mundo devido ao grande congestionamento criado pela construção de “eixos rodoviários”; o reconhecimento social da grande deterioração dos serviços urbanos desta megalópole, devido às grandes crises financeiras e económicas que o México sofreu desde o início daquela década.

20 Fundado pelo antigo partido do Estado mexicano em 1985, para tentar cooptar a causa ambiental.

21 El Ecologismo, Dominique Simmonet, GEDISA, Barcelona (1980), e livros dos seus grandes autores, como Henry Thoreau, Barry Commoner, Murray Bookchin, Serge Moscovici, René Dumont e claro, Ivan Illich, e o Relatório do Clube de Roma de Donella Meadows.

22 Ivan Illich, Liberer l’avenir, in Oeuvres complets, t1, op cit p. 135

23 Mesma referência anterior.

24 Mesma referência anterior.

25 Mesma referência anterior.

26 La Convivencialidad, Ivan Illich, Barral , 1975 (Tools for conviviality,1973).

27 La Gran Transformación, Karl Polanyi, 1944.

28 El Jardín de Babilonia, Bernard Charbonneau, Gallimard-El Salmón, 1969.

29 La Technique, ou l’enjeu du siècle (1954); Le Système technicien (1977); La Bluff technologique (1987), Jacques Ellul. International Jacques Ellul Society (Berkeley- California).

30 Bernard Charbonneau & Jacques Ellul, Deux libertaires gascons unis par une pensée commune. Les Amis de Bartleby, 2017.

31 Jean-Luc Porquet, Jacques Ellul: L'homme qui avait presque tout prévu, Le Cherche Midi, 2004.

32 Serge Latouche, La Mégamachine. Raison techno-scientifique, raison économique et mythe du progrés. La Découverte/MAUSS, Paris, 1995.

33 Martin Fortier, Illich et la méthode peirastique: Petit manuel de déboulonnage de l’irrationalité des modernes, in Martin Fortier & Thierry Paquot (dir.), Ivan Illich, l’alchimiste des possibles, Paris, Lemieux Éditeur, 2016; “peirastique”, termo emprestado de Aristóteles que descreve uma metodologia de análise que consiste em criticar o adversário a partir dos seus próprios axiomas.

34 Ivan Illich, El género vernáculo (1982), p. 64.

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